Química do automóvel
Estudo estequiométrico dos combustíveis
Lais Carpani; Matheus Stelmastchuk;
Raiane Alves
Orientador: Profa. Rebeca Piumbato
Chaparro
FACULDADES
OSWALDO CRUZ
Bacharelado
e Licenciatura em Química
RESUMO:
O
objetivo do presente trabalho é abordar a relação estequiométrica presente em
uma reação de combustão, considerando dados dos combustíveis mais utilizados no
Brasil. Todo automóvel possui um motor a
explosão que é uma máquina térmica, ou seja, transforma calor em trabalho e
obedece às equações da física que descrevem como os gases aumentam sua pressão
e se expandem quando aquecidos. A estequiometria oferece as proporções e estabelece a quantidade mínima de ar
necessária para fornecer a quantidade de oxigênio requerida pela queima completa
dos combustíveis; está pesquisa tem como ênfase demonstrar a energia
liberada no processo, e o impacto ambiental causado pelos produtos da
combustão.
Palavras
chaves: Combustível, gasolina, energia.
1
INTRODUÇÃO
Um combustível é qualquer substância que reage com o oxigênio (ou
outro comburente) liberando energia, usualmente na forma de calor, chamas e
gases. O combustível pode conter
uma porção incombustível, que não fornece calor durante a combustão, é composta
de umidade, cinzas e demais impurezas. Os combustíveis podem ser classificados
quanto a sua origem; (Fósseis, Naturais e Nucleares), e quanto o seu estado
físico (sólido, líquido e gasoso). A composição química elementar de uma
amostra de combustível é o conteúdo, em percentual de massa ou volume, dos
elementos químicos do combustível, ou seja, carbono, hidrogênio, enxofre,
oxigênio, nitrogênio, cinzas e umidade, sendo essa a composição técnica mais
importante do combustível, ela a base para a análise dos processos de
combustão, determina também o poder calorífico do combustível, além de permitir
avaliar o impacto ambiental.
Este artigo tem como objetivo
estudar a estequiometria das reações de combustão automotivas.
2 ESTEQUIOMETRIA E COMBUSTÃO
A
combustão nada mais é que a oxidação de um combustível acompanhada pela
produção de calor e a presença de gás oxigênio. A quantidade de energia química
a ser obtida a partir do combustível depende também da quantidade
estequiométrica do oxigênio. O oxigênio estequiométrico deve ser suficiente
para converter todo o carbono do combustível em CO2 e todo o hidrogênio em H2O.
A gasolina, combustível
amplamente utilizado no cotidiano como principal combustível de veículos de
passeio, é uma mistura de vários hidrocarbonetos, que normalmente, pode ser
representada pelo octano C8H18.
Na Equação 1, observa-se a estequiometria da combustão completa da gasolina.
C8H18 + O2 8 CO2 + 9 H2O (Equação 1)
A
combustão completa de um combustível torna-se possível somente com uma
quantidade adequada de comburente. Nas reações que ocorrem nos motores à
combustão a maior fonte de oxigênio é o ar atmosférico, pois, o oxigênio
contido nele corresponde a quase 21% de sua composição. O processo
estequiométrico da combustão é relativamente simples e busca relacionar as
proporções exatas de cada item participante da reação, sendo assim a passagem
do nível molecular para o nível macroscópico se faz necessário para que haja
uma correta tomada de decisão sobre a eficiência do processo, desta forma realizando-se os cálculos abaixo
é possível determinar o quanto de energia e produtos pode ser gerado para uma
certa quantidade de reagentes (combustível e comburente),conforme esquematizado
abaixo.
Multiplicando
as quantidades moleculares por seus respectivos números de massa atômica, e
considerando a densidade da gasolina para 1L, podem-se observar as proporções
estequiométricas da mistura combustível-ar para a gasolina (octano).
1ml
C8H18 0,7g
C8H18
1000ml C8H18
X g C8H18
Assim, com as devidas proporções e considerando-se
as condições padrão de temperatura e pressão (CPTP), é possível saber a
quantidade teórica de CO2 liberado nesse processo.
|
→
|
|
|
|
→
|
Portanto, teoricamente para cada litro de
gasolina, temos aproximadamente 2,2kg ou 1100L de CO2 na CPTP. A analise desse processo de combustão é capaz de demonstrar a
quantidade de energia dessa reação, e da mesma forma é possível aplicar este
cálculo em outros combustíveis, principalmente os utilizados nos principais
meios de transporte, a Tabela 1, ilustra essas proporções teóricas confrontando
dados e comprovando a eficácia enérgica de cada combustível e também o seu
poder de poluição.
Analise teórica de proporções de
combustíveis
|
||||
Combustível
|
Fórmula Química
|
ΔH° (kJ/mol)
|
kg CO2/L
|
Densidade g/mL
|
Metano
|
CH4
|
-890
|
1,5
|
0,55
|
Etanol
|
C2H5OH
|
-1.364
|
1,5
|
0,8
|
Gasolina (octano)
|
C8H18
|
-5.471
|
2,2
|
0,7
|
Hidrogênio
|
H2
|
-286
|
0,0
|
0,7
|
Tabela 1: Proporção estequiométrica dos
combustíveis (2015)
3
CONCLUSÃO
A
estequiometria nas reações de combustão revela que no processo de queima de um
determinado combustível sempre ocorre a liberação de energia, representada no
Sistema internacional de medidas, em kJ (quilojoules) e quando o combustível
tem em sua composição átomos de carbono (C) ocorre a liberação do gás CO2,
sendo este proporcional a quantidade de carbono (C) presente na fórmula
molecular, entretanto, o carbono não determina a quantidade de energia liberada
pelo combustível. Desta forma podemos concluir que combustíveis com grandes
cadeias carbônicas nem sempre são a melhor opção como combustível, pois ocorre
uma grande liberação de gases tóxicos e a liberação de energia não é viável,
considerando-se que cadeias carbônicas grandes tendem a ser líquidos muitos
viscosos quando os compostos não são sólidos.
4 REFERÊNCIAS
GLASSMAN, I. Combustion. 3ª ed. San Diego, Califórnia: Academic
Press, 1997.
JOSÉ, H. J. Combustão
e Combustíveis. Florianópolis:
2004.
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