quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Química do automóvel
Estudo estequiométrico dos combustíveis

Lais Carpani; Matheus Stelmastchuk; Raiane Alves
Orientador: Profa. Rebeca Piumbato Chaparro

FACULDADES OSWALDO CRUZ
Bacharelado e Licenciatura em Química

RESUMO: O objetivo do presente trabalho é abordar a relação estequiométrica presente em uma reação de combustão, considerando dados dos combustíveis mais utilizados no Brasil. Todo automóvel possui um motor a explosão que é uma máquina térmica, ou seja, transforma calor em trabalho e obedece às equações da física que descrevem como os gases aumentam sua pressão e se expandem quando aquecidos. A estequiometria oferece as proporções e estabelece a quantidade mínima de ar necessária para fornecer a quantidade de oxigênio requerida pela queima completa dos combustíveis; está pesquisa tem como ênfase demonstrar a energia liberada no processo, e o impacto ambiental causado pelos produtos da combustão.
Palavras chaves: Combustível, gasolina, energia.

1       INTRODUÇÃO
Um combustível é qualquer substância que reage com o oxigênio (ou outro comburente) liberando energia, usualmente na forma de calor, chamas e gases.  O combustível pode conter uma porção incombustível, que não fornece calor durante a combustão, é composta de umidade, cinzas e demais impurezas. Os combustíveis podem ser classificados quanto a sua origem; (Fósseis, Naturais e Nucleares), e quanto o seu estado físico (sólido, líquido e gasoso). A composição química elementar de uma amostra de combustível é o conteúdo, em percentual de massa ou volume, dos elementos químicos do combustível, ou seja, carbono, hidrogênio, enxofre, oxigênio, nitrogênio, cinzas e umidade, sendo essa a composição técnica mais importante do combustível, ela a base para a análise dos processos de combustão, determina também o poder calorífico do combustível, além de permitir avaliar o impacto ambiental.
Este artigo tem como objetivo estudar a estequiometria das reações de combustão automotivas.

2     ESTEQUIOMETRIA E COMBUSTÃO
A combustão nada mais é que a oxidação de um combustível acompanhada pela produção de calor e a presença de gás oxigênio. A quantidade de energia química a ser obtida a partir do combustível depende também da quantidade estequiométrica do oxigênio. O oxigênio estequiométrico deve ser suficiente para converter todo o carbono do combustível em CO2 e todo o hidrogênio em H2O.
A gasolina, combustível amplamente utilizado no cotidiano como principal combustível de veículos de passeio, é uma mistura de vários hidrocarbonetos, que normalmente, pode ser representada pelo octano C8H18. Na Equação 1, observa-se a estequiometria da combustão completa da gasolina.
C8H18 +  O2  8 CO2 + 9 H2O (Equação 1)
A combustão completa de um combustível torna-se possível somente com uma quantidade adequada de comburente. Nas reações que ocorrem nos motores à combustão a maior fonte de oxigênio é o ar atmosférico, pois, o oxigênio contido nele corresponde a quase 21% de sua composição. O processo estequiométrico da combustão é relativamente simples e busca relacionar as proporções exatas de cada item participante da reação, sendo assim a passagem do nível molecular para o nível macroscópico se faz necessário para que haja uma correta tomada de decisão sobre a eficiência do processo,  desta forma realizando-se os cálculos abaixo é possível determinar o quanto de energia e produtos pode ser gerado para uma certa quantidade de reagentes (combustível e comburente),conforme esquematizado abaixo.
Multiplicando as quantidades moleculares por seus respectivos números de massa atômica, e considerando a densidade da gasolina para 1L, podem-se observar as proporções estequiométricas da mistura combustível-ar para a gasolina (octano).

                                   1ml C8H18                               0,7g C8H18
Caixa de texto: Portanto obtém-se 700g de C8H18      1000ml C8H18                   X g C8H18
                   

                   
Assim, com as devidas proporções e considerando-se as condições padrão de temperatura e pressão (CPTP), é possível saber a quantidade teórica de CO2 liberado nesse processo.
São liberados aproximadamente 1100L CO2 para cada 1L de C8H18  na (CPTP)
 
Portanto, teoricamente para cada litro de gasolina, temos aproximadamente 2,2kg ou 1100L de CO2 na CPTP. A analise desse processo de combustão é capaz de demonstrar a quantidade de energia dessa reação, e da mesma forma é possível aplicar este cálculo em outros combustíveis, principalmente os utilizados nos principais meios de transporte, a Tabela 1, ilustra essas proporções teóricas confrontando dados e comprovando a eficácia enérgica de cada combustível e também o seu poder de poluição.

Analise teórica de proporções de combustíveis
Combustível
Fórmula Química
ΔH° (kJ/mol)
kg CO2/L
Densidade g/mL
Metano
CH4
-890
1,5
0,55
Etanol
C2H5OH
-1.364
1,5
0,8
Gasolina (octano)
C8H18
-5.471
2,2
0,7
Hidrogênio
H2
-286
0,0
0,7
Tabela 1: Proporção estequiométrica dos combustíveis (2015)


3 CONCLUSÃO
A estequiometria nas reações de combustão revela que no processo de queima de um determinado combustível sempre ocorre a liberação de energia, representada no Sistema internacional de medidas, em kJ (quilojoules) e quando o combustível tem em sua composição átomos de carbono (C) ocorre a liberação do gás CO2, sendo este proporcional a quantidade de carbono (C) presente na fórmula molecular, entretanto, o carbono não determina a quantidade de energia liberada pelo combustível. Desta forma podemos concluir que combustíveis com grandes cadeias carbônicas nem sempre são a melhor opção como combustível, pois ocorre uma grande liberação de gases tóxicos e a liberação de energia não é viável, considerando-se que cadeias carbônicas grandes tendem a ser líquidos muitos viscosos quando os compostos não são sólidos.

4 REFERÊNCIAS
GLASSMAN, I. Combustion. 3ª ed. San Diego, Califórnia: Academic Press, 1997.

JOSÉ, H. J. Combustão e Combustíveis. Florianópolis: 2004. 

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