terça-feira, 24 de novembro de 2015

ESTUDO QUÍMICO DO DESCARTE DA PASTA ELETROLÍTICA DE PILHAS USADAS

Bianca Catib; Gabriela Barbosa; Heloise R. de A. Henrique
Orientador: Profa. Rebeca Piumbato Chaparro


FACULDADES OSWALDO CRUZ
Bacharelado em Química


RESUMO: O objetivo deste trabalho é mostrar a importância do descarte adequado das pilhas, pois, descartadas de maneira incorreta, prejudicam o meio ambiente e a saúde da população. Analisando os resultados verificados nas referências, podem-se observar as etapas do processo do tratamento químico do Zinco e Manganês, após a fusão reagindo com hidróxido de sódio. Pode-se concluir que com a utilização deste método as pilhas são regularizadas para o descarte, garantido menor dano ao meio ambiente.
PALAVRAS-CHAVE: pilha; meio ambiente; fusão com NaOH.

1 INTRODUÇÃO
A pilha é um dispositivo eletroquímico que tem capacidade de converter energia química em energia elétrica.  Apresentam como base um ânodo, um cátodo e a pasta eletrolítica, onde ocorrem as reações químicas que geram a corrente elétrica. Elas estão presentes no dia-a-dia do ser humano e são amplamente usadas nos mais diversos aparelhos eletrônicos.  Esses dispositivos contêm elementos potencialmente poluentes, tais como: Zn, Mn, Ni, Cd, Pb e Hg. Depois de usadas, as pilhas domésticas são atualmente descartadas no lixo comum e encaminhadas aos aterros sanitários, às usinas de compostagem ou às usinas incineradoras.  O passar do tempo acarretará na contaminação do meio ambiente devido à corrosão da blindagem da pilha disposta nos solos, que pode chegar até o lençol freático. Este trabalho visa a adequação do descarte das pilhas eletrolíticas, por possuírem metais poluentes e tóxicos, que se mostra necessário para diminuir os danos causados ao meio ambiente que, diretamente, influencia a saúde da população.
O objetivo deste trabalho é mostrar métodos que possam realizar a adequação do descarte das pilhas para que sejam menos nocivas ao meio ambiente, pelo método de fusão com NaOH .

2 REVISÃO LITERÁRIA

2.1 Composição das pilhas
 Conforme mostra Afonso (2002), em seus resultados, a manipulação da pasta eletrolítica das pilhas Zn/MnO2 foi difícil devido à sua natureza gordurosa, o que levava a perdas no momento de sua manipulação. A pasta eletrolítica representa, na média, cerca da metade do peso total para as pilhas de Zn/MnO2, fato que não acontece nas pilhas alcalinas, principalmente devido à maior quantidade de invólucro externo (blindagem) nestes casos.

2.2 Recuperação do zinco e do manganês após a fusão da pasta eletrolítica com NaOH
Segundo os experimentos de Afonso (2002); nesta fusão, as equações 1 e 2 ocorrem para os elementos principais da pasta eletrolítica:
½ O2 + MnO2 + 2NaOH àNa2MnO4+ H2O                                                             Equação 1
ZnO + 2NaOH à Na2ZnO2 + H2O                                                                           Equação 2
O sal Na2MnO4 (manganato de sódio) é um sólido verde quase preto, solúvel em água, dando uma solução verde-escura, estável em pH acima de 13. Nesta mesma faixa de pH, o zinco sofre a seguinte reação, representada pela equação 3:
Na2ZnO2à Na2[Zn(OH)4]                                                                                       Equação 3
Sendo o Na2[Zn(OH)4] um composto incolor e solúvel.
O resíduo insolúvel da fusão foi totalmente dissolvido em HCl concentrado a 60 oC. Na solução após resfriamento identificou-se ferro, mercúrio, níquel e chumbo; não se detectou zinco e manganês. Este resíduo corresponde, em média, a 4% p/p da massa inicial da pasta eletrolítica utilizada.
Na etapa de redução, tem-se as seguintes reações, representadas pelas equações 4 e 5:
Na2MnO4 + SO2à MnO2 + Na2SO4                                                                                    Equação 4
H2O + 2Na2MnO4 + Na2S2O5 à2Na2SO4  + 2MnO2 + 2NaOH                               Equação 5
A ideia original de Afonso (2002), era decompor o manganato totalmente a MnO2, dada a instabilidade do manganato e do permanganato em meio alcalino sob aquecimento. A conversão do manganato a permanganato foi, segundo ele, rápida, mas a conversão do permanganato a MnO2 mostrou-se demasiado lenta. Por isso, eles usaram um redutor para abreviar o processo e a reação ocorreu rapidamente à temperatura do laboratório.
Nos resultados mostrados por Afonso (2002), enfatizam a necessidade de uma lavagem bem cuidadosa, particularmente quando a massa de MnO2obtida é grande (como a das pilhas alcalinas), para a remoção do zinco. Apesar de uma certa incerteza quanto aos teores finais frente às massas de MnO2 e de ZnO isoladas, o teor de metais no efluente final é inferior a 1% p/p do total dos mesmos.
As massas dos óxidos de manganês e de zinco, foram comparadas (por eles), com as massas da literatura frente à pasta eletrolítica global e foi notado que o percentual (p/p) desses elementos é razoavelmente constante e independe (aparentemente) do tipo de pilha considerada. Os teores de zinco achados para as pastas eletrolíticas estão em conformidade com os dados da literatura, mas os de manganês superam os dados existentes, o que eles explicaram pela mudança de tecnologia de manufatura das pastas eletrolíticas das pilhas mais modernas.

3 CONCLUSÃO

Foi possível concluir que é necessária uma maior conscientização da população quanto aos perigos do descarte inadequado das pilhas comuns, pelo seu potencial prejuízo aos solos, rios, e à saúde das pessoas que podem vir a ter um contato com os metais pesados provenientes destas.
É possível concluir, também, que o método analisado neste trabalho se mostrou útil para sua finalidade e que poderia inspirar esta adequação em maior escala, não só feita no laboratório, mas de um projeto governamental para proteção de sua natureza e população.

4 REFERÊNCIAS

  AFONSO, J. C., et. al., Processamento da Pasta Eletrolítica de Pilhas Usadas. Scielo, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000400022>. Acesso em 27 de set. de 2015.

  PINHEIRO S. R.; et. al., Recuperação do metal Zn das Pilhas Comerciais: Mesclando a educação Ambiental e os Métodos Eletroanalíticos. In: SEMINÁRIO DE IC DA UFT, 10, 2014, Palmas. Disponível em: <http://eventos.uft.edu.br/index.php/sic/X/paper/viewFile/1230/401>. Acesso em 28 de set. de 2015.


  SANTOS F. et. al., Processos de Transformação de Pilhas e Baterias Usadas. Educação Ambiental em Ação, 2011. Disponível em: <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1129> Acesso em: 27 de set. de 2015.

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